quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A Garota de Liverpool!


Poderia encontrá-la em algumas canções dos Beatles. Certamente um verso de Lennon e McCartney seria o lugar ideal para cruzar com aquele olhar inquietante.... cheio de interrogações e que aos poucos vai revelando as mil e uma facetas de uma personalidade que nos cativa...Brincalhona.. intimista.... instrospectiva...internauta.. blogueira... prestativa .. e por fim, uma dedicada estudante de Direito que adora viajar nas curvas tortas da literatura. Este hábito por sinal é uma ótima pedida para fugir do tédio que às vezes nos assola quando nos encontramos debruçados sobre os códigos e as leis que costuram as teias da civilidade.

Ao primeiro contato com ela, percebi logo a presença de uma figura atemporal. Seu estilo caberia como uma luva nos anos 80... e encaixaria perfeitamente nos anos 60... Mas ela vive no século XXI e é claro destila as impressões que recebe do mundo a sua volta em pitadas de talento no blog.. no msn... no orkut... E assim no compasso de sua versatilidade ela é sem dúvida uma das figuras mais queridas da turma...

No ritmo maçante e monótono das doutrinas, jurisprudências e outras 'incumbências' cabíveis somente àqueles que se aventuram pelos caminhos das togas, a Garota de Liverpool, beatleamaniaca assumida, distribui acordes de simpatia.


(Texto feito por Francisco Junior, um grande amigo de turma e de convivência, gostaria de dizer que és muito especial e é uma honra ter um texto seu no nosso blog!!! Obrigada pelos elogios, a recíproca é verdadeira).

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

...


Nesse dia fazia calor, ou eu que estava correndo, correndo contra o tempo, talvez os dois, não consigo lembrar, minhas recordações são todas figurativas e eu não lembro de ter imaginado o sol me derretendo ou um relógio caindo em cima de mim, ou coisa do tipo, enfim... Eu estava realmente atrasada, e toda minha agonia se manifestava claramente nas minhas roupas e no meu não-penteado. Subi no ônibus; códigos na mão, leis na cabeça, meia-passagem, celular tocando, partida do automóvel...

-"Fudeu!" (Pensei no exato momento que caí dentro naquele redemoinho).

Quando realcancei a percepção olhei rapidamente ou fixamente no fundo daquela máquina coletiva... Um semi-deus, um quase homem grego! Óculos, pasta no colo... mais inteligente do que forte. -Ateniense! E rindo... Aquele olhar escondido pelos fios que caíam no seu rosto pálido.-Teseu - o conquistador!

-Ah! As associações são a chave da lembrança! E eu buscava mais uma forma significativa de linguagem ou aproximação (Ri de volta).

-Tudo bem?! (Ele perguntou revelando sua idade com o aparelho que usava nos dentes).

-"Minhas costas, Que tal uma massagem? A-haha" -Tudo bem, obrigada!

No máximo 16 anos, um crime contra a Nação, contra a moral dos bons costumes. Seria presa, eu com meus 23 anos acusada por sedução de menores... No julgamento eu diria que ele riu pra mim primeiro, Que ele me seduziu , Que ele é o culpado! Quem mandou ele ser assim. Tão grego. -E sua idade nunca atrapalhou em nada, Senhor Juiz, ele já nasceu sabendo (Hahaha), e mais; eu me prevenia, ele não está grávido!

Eu ironizava minha desgraça e com deboches à raça humana tentava amenizar minha condição, eu não queria me encaixar no Sistema, não ansiava carga de civilidade, muito menos moralidade. Na cidade grande eu buscava resquícios de selvageria! Era isso que fazíamos! Pulávamos de árvores com cipó, essas coisas... Sabia que não seria absolvida e que ele iria embora, o mandariam a mais uma Guerra Médica...
-Thainara Prazeres-


domingo, 25 de novembro de 2007


Assim ele se transfigura pra mim, tão bonito e argentino. Assim, tão lindo. Por que foges de mim nessa fantasia? A fantasia que você escolheu para me conquistar, me seduzir e esquecer. Esquecer que você existe. Esquecer da sua presença ausente. Do seu sorriso estático, do seu nariz avantajado e seus cabelos sedosos.
Sua Asa quebrou, você não é mais tão leve quanto pena (ou pensa) e não pesa tanto mais assim. Não em mim.
Mas por que se veste assim? Anjo da Morte? Por que se veste assim? Tão bonito e tão argentino. Tão distinto e distante. Tão longe...
Tinha esquecido das minhas idealizações, do meu platonismo, do meu amor ao sonho, por isso quase esqueci de você. Meu anjo. Ausente, distante e presente. No mar, principalmente. Nas lembranças... Quentes. “Eu morri numa ‘noite’ de verão”.
Esqueci que esperar aquele anjo que me prometia a vida, era aguardar pela morte. E que nada de concreto me trazia, nada de palpável, nada visível. Como sempre... Algo voando em minhas mãos. Bem na minha frente. Assim como você, anjo da morte, assim como você: voando e ausente.

domingo, 28 de outubro de 2007

'Maldita' Subjetividade



Meu mundo é somente meu. Mesmo que eu queira, nunca poderás sentir exatamente como eu sinto.

Teu mundo é somente teu e ninguém mais tem acesso a este. Mesmo assim, passo tempo me aventurando em adivinhar o que tu pensas ou que sentes, ainda sabendo que nunca conhecerei a tua verdade por completa.

Sim, meus pensamentos seguem em direção a ti e eu fico arriscando saber quem és. Na verdade, tento perceber-te além do que meus olhos vêem. Mas que fique claro, não quero conhecer-te a fim de dominar-te, não é isso. Apenas quero saber qual sentimento existe dentro de ti em relação a mim.

Não pense querido que seja egoísmo. É que não consigo permanecer nessa ansiedade de ficar nos imaginando sem saber se ao menos pensas em mim.

Queria tanto que pudesses entrar no fantástico mundo dos meus sentimentos e perceber, assim, o mundo que construí. Entretanto, não penses que tracei um destino só nosso e que o que eu sinto seja amor. Não querido, não é disso que estou falando.

Confesso que dentro de mim há uma mistura de sentimentos e no fim não sei, ao certo, o que estou sentindo. Mas depois de pensar tanto em ti, chego à conclusão de que o que me impulsiona a estes pensamentos é a dúvida de não saber o que se passa aí nesse teu mundo, culpa dessa tua ‘maldita’ subjetividade. É ela que não me deixa parar de sonhar de olhos abertos contigo.

[Amanda Borba]

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

32 ângulos de visão


Café pra espantar o sono, café pra diluir o tédio... é um bom começo.

Uma xícara de cafeína pra afastar a preguiça... já que as celulites estão comodamente alojadas mesmo, não há muito o que fazer, elas também já estão cansadas.

32 anos numa xícara pra continuar vivendo, pra aquecer a idade, pra prevê o passado, esquecer do futuro. Tudo no fundo de uma xícara. 32 lentos minutos espantando a preguiça, lavando o rosto, despertando com café. Pra lutar. Pra viver. Pra lutar e viver. Viver pra amar. Amar pra morrer, morrer de amor. Amor e lutas, guerras e amor. Ninguém pode sair dessa ileso, nenhum culpado, nem um inocente... 32 horas escrevendo com dedicação. Dedicando minhas letras a pensamentos tortos regados de liberdade. Dedicando meus pensamentos a intelectuais de sangue e cocaína... que dissolvem egos, dissolvem fígados, dissolvem depressões... 32 estrelas a me beijar, 32 amores pra me guiar. Não consigo mais contar. Me faltam dedos, me faltam somas, me faltam palavras.

Ainda não é hora de terminar. Pego um cigarro. É... 32 anos não é fácil... nada mais no lugar, o corpo já não é mais o mesmo e eu já fui tantas pessoas esse tempo todo, criar uma fantasia original não é simples... mais uma tragada... as celulites não se importam mais, elas querem é mais. Essa é pra vocês. Celulites. Mais um gole de nicotina, uma tragada de cafeína. Isso não é bonito! Eu não preciso mais. Eu não exijo mais. As coisas são assim, um dia tudo cansa.

32 graus parecem pouco, mas não pra mim. Eu já amei demais, muitas aventuras, muita adrenalina. Posso me bastar agora com café e nicotina.
[Thainara Prazeres]
foto do site: deviantart

quarta-feira, 10 de outubro de 2007


E nas vésperas de realizar meu sonho, O sonho, eu duvidei... Realizar pra quê... (?) ... Realizar um sonho é matá-lo, sufocá-lo ...deixaria ele voar mais, sonhar mais, viver mais. Sem realizar ele continua sendo meu, e eu dele. Nos conhecemos TÃO bem... E depois... ter de criar outro, procurar, articular um desconhecido sonho... Não sei... Só para continuar vivendo em paz... Sei não.



(Thainara Prazeres)

foto: Rui Vale de Sousa

sábado, 25 de agosto de 2007

Depois de alguns copos...



Noite agitada, garrafas de vinho no chão. Lá está ela, numa sala vermelha cheia de pessoas.

O som da música tocando ao fundo, gente falando. Amigos reunidos, baralho na mesa e um violão na mão. É uma festa e ela adora festas.

O Tempo passa e a quantidade de garrafas espalhadas pela casa só aumenta. Tudo fica confuso, ninguém está em sua sã consciência, ou teria alguém? Ela não sabe, apenas reconhece que depois de alguns copos, tudo aquilo que está vendo encontra-se meio distorcido. Está tonta!

A noite se esconde e começa nascer o dia. Muitos se vão, quando então ela corre para a sacada para deitar-se numa rede e sentir a paz que a brisa da manhã traz consigo – mas o que Deus lhe preparou foi algo maior. Ela deita-se e vê o nascer do sol – uma das coisas mais lindas que já pudera ter visto. O Sol, numa cor que mistura amarelo com vermelho, bastante redondo e grande, não se escondia em lugar algum. Lá estava ele demonstrando à jovem quão forte podemos ser e isso era tudo que ela precisava perceber naquele instante. Ele vivificou aquela alma. Este momento era sublime e era apenas dela – ela e o sol, o sol e ela.

Já era hora de regressar a sua casa. É manhã e o que dizer à sua mãe? Não sabia ao certo, mas para sua sorte ela apenas chegou a casa e deitou-se.

Ao cair sobre a cama, botou um “tampão” em seus olhos, para a claridade não lhe incomodar, quando, então, sentiu uma sensação estranha – o que não quer dizer que não seja boa. Tudo estava rodando em sua cabeça, ela via círculos grandes e pequenos ao mesmo tempo, uma espécie de alucinação. Mas o cansaço era maior, caiu num sono. Depois de umas horas, ela acorda desnorteada. Pensava que já era quase 17: 00 horas e não tinha almoçado. Não entendia o frio intenso que estava sentindo, na verdade não entendia como tinha ido parar na Antártida. Porém, nem fazia questão de compreender, só queria naquele momento um agasalho.

Ela resolve se levantar. Tira o “tampão” de seus olhos, vê o relógio que indicava que ainda era 9 e 36 da manhã – na verdade havia dormido apenas duas horas – e percebe, assim, que não estava em outro continente, mas sim em sua cama.

[Amanda Borba ]