domingo, 28 de outubro de 2007

'Maldita' Subjetividade



Meu mundo é somente meu. Mesmo que eu queira, nunca poderás sentir exatamente como eu sinto.

Teu mundo é somente teu e ninguém mais tem acesso a este. Mesmo assim, passo tempo me aventurando em adivinhar o que tu pensas ou que sentes, ainda sabendo que nunca conhecerei a tua verdade por completa.

Sim, meus pensamentos seguem em direção a ti e eu fico arriscando saber quem és. Na verdade, tento perceber-te além do que meus olhos vêem. Mas que fique claro, não quero conhecer-te a fim de dominar-te, não é isso. Apenas quero saber qual sentimento existe dentro de ti em relação a mim.

Não pense querido que seja egoísmo. É que não consigo permanecer nessa ansiedade de ficar nos imaginando sem saber se ao menos pensas em mim.

Queria tanto que pudesses entrar no fantástico mundo dos meus sentimentos e perceber, assim, o mundo que construí. Entretanto, não penses que tracei um destino só nosso e que o que eu sinto seja amor. Não querido, não é disso que estou falando.

Confesso que dentro de mim há uma mistura de sentimentos e no fim não sei, ao certo, o que estou sentindo. Mas depois de pensar tanto em ti, chego à conclusão de que o que me impulsiona a estes pensamentos é a dúvida de não saber o que se passa aí nesse teu mundo, culpa dessa tua ‘maldita’ subjetividade. É ela que não me deixa parar de sonhar de olhos abertos contigo.

[Amanda Borba]

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

32 ângulos de visão


Café pra espantar o sono, café pra diluir o tédio... é um bom começo.

Uma xícara de cafeína pra afastar a preguiça... já que as celulites estão comodamente alojadas mesmo, não há muito o que fazer, elas também já estão cansadas.

32 anos numa xícara pra continuar vivendo, pra aquecer a idade, pra prevê o passado, esquecer do futuro. Tudo no fundo de uma xícara. 32 lentos minutos espantando a preguiça, lavando o rosto, despertando com café. Pra lutar. Pra viver. Pra lutar e viver. Viver pra amar. Amar pra morrer, morrer de amor. Amor e lutas, guerras e amor. Ninguém pode sair dessa ileso, nenhum culpado, nem um inocente... 32 horas escrevendo com dedicação. Dedicando minhas letras a pensamentos tortos regados de liberdade. Dedicando meus pensamentos a intelectuais de sangue e cocaína... que dissolvem egos, dissolvem fígados, dissolvem depressões... 32 estrelas a me beijar, 32 amores pra me guiar. Não consigo mais contar. Me faltam dedos, me faltam somas, me faltam palavras.

Ainda não é hora de terminar. Pego um cigarro. É... 32 anos não é fácil... nada mais no lugar, o corpo já não é mais o mesmo e eu já fui tantas pessoas esse tempo todo, criar uma fantasia original não é simples... mais uma tragada... as celulites não se importam mais, elas querem é mais. Essa é pra vocês. Celulites. Mais um gole de nicotina, uma tragada de cafeína. Isso não é bonito! Eu não preciso mais. Eu não exijo mais. As coisas são assim, um dia tudo cansa.

32 graus parecem pouco, mas não pra mim. Eu já amei demais, muitas aventuras, muita adrenalina. Posso me bastar agora com café e nicotina.
[Thainara Prazeres]
foto do site: deviantart

quarta-feira, 10 de outubro de 2007


E nas vésperas de realizar meu sonho, O sonho, eu duvidei... Realizar pra quê... (?) ... Realizar um sonho é matá-lo, sufocá-lo ...deixaria ele voar mais, sonhar mais, viver mais. Sem realizar ele continua sendo meu, e eu dele. Nos conhecemos TÃO bem... E depois... ter de criar outro, procurar, articular um desconhecido sonho... Não sei... Só para continuar vivendo em paz... Sei não.



(Thainara Prazeres)

foto: Rui Vale de Sousa