sexta-feira, 23 de março de 2007

Sem pagar...


17.20h ...Estava eu, lavando vidrarias de laboratório na faculdade, quase terminando meu horário. Depois de uma manhã de aula e quase a tarde inteira trabalhando; estágio (sem remuneração) e sem previsão.
O pessoal lá tava combinando de ir numa churrascaria, todo mundo (bolsistas) na euforia de ir pras farra que estavam a fazer. Me chamaram, mas não fui (só eu). Pra não dizer que tava liso... tinha 80 centavos no bolso, que era pra passagem de ônibus de volta pra casa. Então, logo depois de acabar meu “serviço” fui pra mais uma de minhas aulas, a aula era 18.30. Olha o tempo que eu esperei pra essa aula... Quase uma hora, pra baitinga da professora chegar lá e falar que não ia dar aula. Fiquei batendo um papo com o pessoal pra passar a raiva e depois fui pra casa. Dura viagem...

19.12h ...Vinha eu no ônibus lotado; imprensado na porta, sendo pisoteado, esmagado... eu não precisava nem me segurar no ônibus, tava tão apertado que ele podia capotar e eu não me mexia, fora a catinga que era grande demais (uma hora dessas... sabe como é, né?) Rapaz... nesse ônibus, a lei da física, que eu não lembro mais qual é, tava quase pra ser mudada; que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Depois de hoje... vou ficar duvidando dessa lei.

21.34h ...Aqui estou, escrevendo esse post, sem comer desde a hora do almoço (um quebra galho nissin q nojo), refletindo sobre meu dia, consequentemente, sobre a vida. Cansado dessa vida de liso! hehehehe Tem dinheiro nem pra levar a namorada pra um passeio então fico aqui escrevendo (besteira) coisas sobre mim que não é da conta de vocês, portanto já devem ta de saco cheio de ler esse post “dramático”. Não sei como vocês chegaram até aqui no final, se fosse eu já tinha parado de ler no 2º parágrafo. É... cansei, vou parar de escrever esta droga e em vez de refletir sobre essas mirabolâncias da vida vou começar a sonhar, que nem Carlinha. Posso ver se vale a pena, é um salto no escuro, Carla. Pelo menos isso não precisa ter dinheiro pra usufruir. E “amanhã”... vou olhar pra trás e rir de tudo isso. ; ) essa frase é a cara do Daniel.(valeu brow).

domingo, 11 de março de 2007

Pagando...


Já ouvi dizer que sonhar é bom. Já concordei que sonhar é bom. Já me arrisquei a sonhar...
Mas como fazer quando estou impossibilitada a isso? Não importam as conseqüências dessa ridícula impossibilidade, mas sim a sua causa...
Para que dedicaria horas aos meus sonhos se mal posso realizá-los? Viver de sonhos realmente seria o recomendado à mim? Esquecer da vida e viver o que realmente quer viver? Experimentar o que realmente quer experimentar, viajar para onde quer realmente ir, morar onde realmente quer morar... Escrever o que realmente que escrever?
Talvez isso faça grande sentido para alguém, como para os grandes filósofos, que para transcender é fácil, mas para mim, isso é especialmente difícil, dependo do tempo e tempo é dinheiro e infelizmente estou sujeita a isso, não posso mudar minha condição de serva do capitalismo, apenas tenho que me adaptar, ou seria mais uma marginalizada, selecionada "naturalmente" por ele. E, além disso, já ouvi dizer também que quanto maior o salto maior será a queda. Eu já saltei muitas vezes e consegui diversos membros amputados e “sequelados”, não sei se vale à pena ter mais um. Será que alguém pode me informar o custo-benefício disso? Até quando vale a pena sonhar e esperar pelo sonho? Até quando vale perder membros e a cabeça por eles? Quem sabe alguém tem a resposta.
EU quero pagar a conta e receber a luz...
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