sábado, 25 de agosto de 2007

Depois de alguns copos...



Noite agitada, garrafas de vinho no chão. Lá está ela, numa sala vermelha cheia de pessoas.

O som da música tocando ao fundo, gente falando. Amigos reunidos, baralho na mesa e um violão na mão. É uma festa e ela adora festas.

O Tempo passa e a quantidade de garrafas espalhadas pela casa só aumenta. Tudo fica confuso, ninguém está em sua sã consciência, ou teria alguém? Ela não sabe, apenas reconhece que depois de alguns copos, tudo aquilo que está vendo encontra-se meio distorcido. Está tonta!

A noite se esconde e começa nascer o dia. Muitos se vão, quando então ela corre para a sacada para deitar-se numa rede e sentir a paz que a brisa da manhã traz consigo – mas o que Deus lhe preparou foi algo maior. Ela deita-se e vê o nascer do sol – uma das coisas mais lindas que já pudera ter visto. O Sol, numa cor que mistura amarelo com vermelho, bastante redondo e grande, não se escondia em lugar algum. Lá estava ele demonstrando à jovem quão forte podemos ser e isso era tudo que ela precisava perceber naquele instante. Ele vivificou aquela alma. Este momento era sublime e era apenas dela – ela e o sol, o sol e ela.

Já era hora de regressar a sua casa. É manhã e o que dizer à sua mãe? Não sabia ao certo, mas para sua sorte ela apenas chegou a casa e deitou-se.

Ao cair sobre a cama, botou um “tampão” em seus olhos, para a claridade não lhe incomodar, quando, então, sentiu uma sensação estranha – o que não quer dizer que não seja boa. Tudo estava rodando em sua cabeça, ela via círculos grandes e pequenos ao mesmo tempo, uma espécie de alucinação. Mas o cansaço era maior, caiu num sono. Depois de umas horas, ela acorda desnorteada. Pensava que já era quase 17: 00 horas e não tinha almoçado. Não entendia o frio intenso que estava sentindo, na verdade não entendia como tinha ido parar na Antártida. Porém, nem fazia questão de compreender, só queria naquele momento um agasalho.

Ela resolve se levantar. Tira o “tampão” de seus olhos, vê o relógio que indicava que ainda era 9 e 36 da manhã – na verdade havia dormido apenas duas horas – e percebe, assim, que não estava em outro continente, mas sim em sua cama.

[Amanda Borba ]

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O conto da cidade perdida



Lucy se aprontava para mais uma viagem. Dessa vez iría para a suposta maior cidade do país, onde tudo e nada aconteciam.

Estava habitualmente animada e estranhamente apavorada, não costumava sentir esse tipo de sentimento quando ia se divertir, já que considerava seu trabalho puro entretenimento.
Gastava-se com passagem e mochilas e ganhava-se em histórias e paisagem, dessa vez urbana!

Agora, no aeroporto lotado, a sensação de estranho entusiasmo lhe consumia. Era chegada a hora...
Já conhecia todas as fábulas e contos dessa cidade e o noticiário só os comprovava, entretanto o frio que iría sentir aquecia-lhe o coração. Estava disposta a enfrentar armas e rosas por um pouco de emoção... Adrenalina.

Logo quando desceu do avião nem pensou em descanso, ia começar sua brincadeira. Pegou a câmera que tanto amava e começou seu ritual de partida, acariciando-a e lhe dando um longo beijo, simbolo do inicio do seu trabalho!

Ia para a grande avenida! E que avenida... Não importava se não lembrasse tanto a capa do cd dos Beatles, o que importava era sua altivez e imponência.
Uma liberdade entre carros... Como pode? Era óbvio para Lucy : isso merecia ser fotografado.

Entre clicks e mais clicks o não inesperado acontece e o fingimento de surpresa logo se espalha, no entanto não convence mais. Para isso não existe mais espanto, a cidade está perdida : mais uma vítima de carros, desigualdade social e ignorância -- violência.

Parecia mais fotojornalismo!

E entre a dor e a emoção de fotografar o que era duro de ser visto, entre a diversão e a profissão, Lucy finalmente conhece os "ossos" do seu ofício...

E lá vinham os jornais resgistrar aquilo...


-Carla Pedraça-

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Dura distância


Quando dou por mim estou em casa, no quarto escuro, apenas a luz da televisão; chiando. Levanto-me da rede atordoado, sem saber que dia é e que horas são. Troco os canais em busca de um passatempo pra compensar o sono perdido. Está passando nada, nenhum sinal sintonizado. 'A duras penas eu apago a televisão...'
Vou para cozinha, dispensa cheia, geladeira lotada, lembro só da fileira de refrigerantes. Começo a estranhar a situação e não ligo a mínima pra tudo aquilo. Dou uma olhada nos quartos, ninguém.
Eu achando que era madrugada, notei que os portões estavam abertos, pensei que tivesse acontecido alguma coisa lá fora. A rua deserta. Pego o carro que não sei como foi parar na garagem da minha casa, passo por alguns quarteirões e não encontro ninguém, o desespero começa a tomar conta, vai aumentando a cada passo da minha caminhada incansável. Então, acordo.
Costumava ter esses sonhos quando era menino do buchão. Teve uma época que foram várias vezes num mês. Não exatamente igual, mas parecidos.
Hoje lembro deles e só agora acho o que significa.
As psicólogas do blog poderiam me dá uma ajudinha, mas ninguém melhor pra me conhecer do que eu mesmo.
Tenho muitos amigos e amigas de verdade, gosto muito. Mesmo as amigas estando longe, elas não sabem o quanto as considero. Só de lembrar, quando desligo a tela, da distância que há, me dá um nó. Abençoar a internet por ter dado essa possibilidade de construir amizade - ehehehe. Um dia perde amizades, outro dia se ganha, amizades melhores ainda do que aquelas que perdemos.
Valeu por vocês terem aparecido. Adoro vocês!!