segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O conto da cidade perdida



Lucy se aprontava para mais uma viagem. Dessa vez iría para a suposta maior cidade do país, onde tudo e nada aconteciam.

Estava habitualmente animada e estranhamente apavorada, não costumava sentir esse tipo de sentimento quando ia se divertir, já que considerava seu trabalho puro entretenimento.
Gastava-se com passagem e mochilas e ganhava-se em histórias e paisagem, dessa vez urbana!

Agora, no aeroporto lotado, a sensação de estranho entusiasmo lhe consumia. Era chegada a hora...
Já conhecia todas as fábulas e contos dessa cidade e o noticiário só os comprovava, entretanto o frio que iría sentir aquecia-lhe o coração. Estava disposta a enfrentar armas e rosas por um pouco de emoção... Adrenalina.

Logo quando desceu do avião nem pensou em descanso, ia começar sua brincadeira. Pegou a câmera que tanto amava e começou seu ritual de partida, acariciando-a e lhe dando um longo beijo, simbolo do inicio do seu trabalho!

Ia para a grande avenida! E que avenida... Não importava se não lembrasse tanto a capa do cd dos Beatles, o que importava era sua altivez e imponência.
Uma liberdade entre carros... Como pode? Era óbvio para Lucy : isso merecia ser fotografado.

Entre clicks e mais clicks o não inesperado acontece e o fingimento de surpresa logo se espalha, no entanto não convence mais. Para isso não existe mais espanto, a cidade está perdida : mais uma vítima de carros, desigualdade social e ignorância -- violência.

Parecia mais fotojornalismo!

E entre a dor e a emoção de fotografar o que era duro de ser visto, entre a diversão e a profissão, Lucy finalmente conhece os "ossos" do seu ofício...

E lá vinham os jornais resgistrar aquilo...


-Carla Pedraça-

2 comentários:

gato de Schrödinger disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
gato de Schrödinger disse...

Lucy no céu com diamantes, é?
auhauha!
Em Londres, então...
Bom texto, mas acho que tu escreveu com um pouco de pressa, o Gato perde um bom tempo revisando seus textos. Às vezes, sou um perfeccionista, mas fica a dica.

Uma lambida.